quinta-feira, 30 de maio de 2013

A VIAGEM


ALGUNS DESTAQUES E NÚMEROS DA VIAGEM


886,74 litros de gasolina

9.885 quilometros

06 paradas policias, uma multa e uma colaboracion (todas na Argentina)

Hotel mais caro (quarto duplo) – Cruz Alta R$170,00 (e também o melhor)

Hotel mais barato (quarto duplo) – Mendoza R$66,00 (e muito charmoso)

País com mais pedágios – Chile – média R$8,00/100Km

Pior comida de estrada – Argentina

Melhor vinho – Chileno

Falhas mecânicas – 01 manivela de vidro quebrada e chave de ignição travando.

Maior quilometragem diária – 750 Kms na Ruta Panamericana no Chile

Melhor comida – Brasil no estado de São Paulo

Dia mais quente – 40ºC na Argentina

Noite mais fria  - Cordilheira dos Andes 7ºC


19.01.13





   Com uma ansiedade infinitamente maior do que a do dia da partida, inciamos nosso último trecho da viagem. Evitamos o velho assunto: Qual será a próxima? Afinal, aquele momento era único e o sucesso era total até aquele momento.
   O trajeto foi tranquilo até a passagem de São José dos Pinhais a Curitiba, onde enfrentamos um longo trecho de congestionamento na BR116. O mesmo que enfrentamos em nossa viagem de 2,5 anos atrás. A obra anda devagar por lá!
   Na cidade de Registro - SP (que saudades da terra natal) paramos para um excelente almoço em um ótimo posto na estrada (nenhuma saudade da Argentina agora).
    Nos últimos 170Kms um novo congestionamento, mas na pista contrária da BR116. O motivo era um atropelamento. Mais uma vítima da "Rodovia da Morte". Aqui vale uma observação: Em todo percurso internacional vimos apenas o acidente das freiras na cordilheira, aparentemente com menores consequências, mas no Brasil convivemos com esse tipo de tragédia com muita naturalidade, ao ponto de nomearmos a BR116 com este apelido horrível.


   Às 16h:30min estacionávamos o Del Rey na garagem depois de 9.885 Kms percorridos, nos encontrando com nossas duas companheiras de percurso chileno. À noite abrimos uma garrafa do bom vinho chileno para comemorar o sucesso total da viagem.


   Na próxima postagem apresentaremos mais alguns números da viagem.

18.01.13


   O trecho de hoje, de Cruz Alta - RS até São Mateus do Sul - PR, é um dos mais difíceis da viagem. Nem tanto pela extensão de 540Kms, mas pelo estado precário das estradas, especialmente a partir do estado de Santa Catarina. Para ajudar pegamos uma verdadeira tempestade nos últimos 100Kms, mas o Del Rey aguentou firmão e a vedação do baú, feita com silicone funcionou muito bem sem deixar nem uma gota de água entrar.
   Chegando em São Mateus do Sul encostamos em um restaurante para comer uma bela macarronada e um pequeno susto com o Del Rey. A chave não girava o cilindro de ignição para dar a partida. Tentamos relaxar e jantar primeiro e depois de algumas tentativas conseguimos fazer a chave girar. Para evitar esse problema novamente, deixamos a chave na ignição e usamos a chave reserva (homem prevenido vale por dois, no caso quatro) para fechar a porta.


17.01.13


 Passagem pela região das Missões


   Nossa meta hoje seria chegar até a cidade de Ijuí, mas para a volta ficar um pouco diferente da ida, decidimos ir um pouco adiante e desviar um pouquinho (50Kms) o caminho e passar anoite na cidade de Cruz Alta. 


Em Cruz Alta - RS

Também simpatizo muito com esta cidade, porque a mais de trinta anos um tio meu morou lá e passei minha primeira temporada de férias fora do estado de São Paulo.


Ruas de Cruz Alta

   Na hospedagem em Cruz Alta costumamos ficar em um excelente hotel bem no centro da cidade. Requer um pouquinho de investimento, mas como é final de viagem isso dá um "up" e na memória da gente dá a impressão de que a viagem foi toda assim. Meio esquisito mas funciona. Hehehehe.


15 e 16.01.13


   No dia 15 saímos cedo de Rio Cuarto com destino até Santo Tomé. Seguimos nosso novo critério de manter o tanque sempre acima da metade, alás neste trecho argentino isso é ainda mais importante do que no Chile, devido ao  número reduzido de postos. A cada 150/200 kms mandávamos encher o tanque, aqui na Argentina a expressão é "cheno ou completo". Outra coisa marcante desta etapa foi a quantidade de insetos que colidiam com o carro. Era possível saber os carros que corriam mais somente pela quantidade de insetos no para-brisas.
   Dia 16 partimos para nosso último trecho internacional. Já prevenidos com a passagem pela cidade de Entre Rios, separei 20 pesos para um possível novo pedido de "colaboracion". Fomos parados duas vezes nesta etapa. Em uma delas pediram toda a documentação e na segunda em Entre Rios onde nos perguntaram se estávamos chegando ou voltando. Quando disse que estava voltando o policial desejou boa viagem e nos liberou sem pedir nada, nem documentação. Imaginamos que concluem que na volta temos menos dinheiro.
   Descobrimos também uma boa forma de não ser parados frequentemente. É só passar bem devagar pelo posto policial (tipo 5Km/h) e fazer um gesto de "posso  passar?" Deu certo vária vezes.
   Às 4 da tarde estávamos passando pela fronteira e felizes da vida ingressamos no Brasil pela cidade de Uruguaiana. Fomos diretamente almoçar e brindamos nossa chegada.  Eu com uma cerveja e o Rapha com um guaraná.   

13 e 14.01.13

   Hoje seria o dia que o grupo se separaria novamente. Saímos cedo do hotel em Santiago a caminho do aeroporto para deixar minha esposa e minha filha que seguiriam de avião de volta à São Paulo e eu o Rapha seguiríamos o caminho de solta à bordo do Del Rey.
   Nossa ideia era subir o mais cedo possível Los Caracoles, assim às 13h:15min já estávamos prestes a enfrentar as 30 curvas da famosa estrada. Só que...........
Ela estava bloqueada até às 19h:00 devido a obras de recapeamento, ou seja, teríamos que aguardar quase seis horas e ainda subir as difíceis curvas no início da noite a ainda atravessar toda a Cordilheira dos Andes. Achamos que nada poderia ser pior, mas piorou.



   A subida só foi liberada às 20h:15min e obviamente não foi só nós que queríamos subir e tivemos que fazer diversas paradas antes de chegar à primeira das 30 curvas. A cada túnel havia um desvio por terra e os carros da frente deixavam uma nuvem de poeira que mal podíamos ver à frente. 




Em uma dessas paradas, debaixo de muito calor, tive que desligar o motor do Del Rey e ele teve um refluxo do líquido de arrefecimento no vaso de expansão e ainda nem tínhamos começado a subir. A preocupação foi inevitável. Aguardamos por uns quinze minutos e foi o suficiente para o barulho de água borbulhando parar. Enfim surgiu a primeira curva da íngreme subida. Sabiamente os carros não se aglomeraram e conseguimos subir uma à uma em segunda e terceira marcha. Atingimos o topo e uma chuva começou a cair, juntamente com a temperatura ambiente e também a potência do Del Rey, devido à altitude de mais de 3.200 metros. Em nenhum momento o termômetro atingiu temperaturas excessivas do motor. Acho que velho CHT só quis pregar uma peça na gente.




   Uns bons quilometros depois, já no meio da cordilheira e muito escuro, chegamos à uma cancela e um sujeito grosseiro perguntou-me quantos ocupantes havia no carro. Me deu um papel manuscrito com um carimbo e o número 2 e mandou seguir até à aduana que por muitos quilometros não aparecia. Pensamos ter passado sem vê-la na escuridão, mas depois de fazer a travessia do túnel Cristo Redentor e percorrer algumas dezenas de quilometros surgiu a aduana e uma fila enorme de carros à frente. Em torno de mais 1 hora e meia e mais uma revista no carro nos liberaram por volta das 23h:00.
   Após a entrada de nosso conhecido Parque Aconcágua, já em Los Penitentes, avistamos policiais com motocicletas que pela janela do carro nos deram a notícia que faltava para aquela noite:
   - Ruta serrada!!!!!!
   Isso sem nenhuma justificativa.
   Manobramos e entramos em um estacionamento de um hotel, já repletos de outros carros que também foram bloqueados. Tentei alugar um quarto, mas obviamente aquele que era o único hotel da região e estava lotado.
   Chamei o Rapha e coloquei a possibilidade de termos que passar a noite no carro, mas antes fomos jantar em um restaurante. Na realidade tivemos que disputar um jantar, já que havia uma multidão presa na cordilheira. Conseguimos um prato de comida por volta da meia noite e conversando com um casal de cariocas na mesma situação que nós, soubemos que o motivo do bloqueio era a queda de uma barreria sem previsão de remoção. Já conformados com a situação, jantamos calmamente e fomos dormir em nosso confortável apartamento chamado Ford Del Rey. Sorte termos trazido grossos casacos, pois as noites na cordilheira, mesmo no verão são bem frias. Para compensação, tivemos um espetáculo de céu estrelado em plena Cordilheira dos Andes. Deve ter sido um presente de Deus.
   A noite não foi das mais confortáveis, mas também não foi tão mal assim. Acordamos às 5h:30min ainda sem a luz do Sol e tivemos a felicidade de encontrar a estrada liberada. Demos alguns passos ao lado do carro para esticar os músculos contraídos e saímos imediatamente pela estrada. Só que por pouco tempo..........
O motivo desta vez, descobriríamos após 1,5 hora. Uma van com freiras havia batido. O que aquelas freiras estavam fazendo na Cordilheira dos Andes??????????
   Começamos a andar novamente e chegamos onde estava a barreira que não havia sido totalmente removida e os carros só passavam um a um.
   Vagarosamente chegamos à Uspallata, onde conseguimos abastecer nossos estômagos e o tanque do Del Rey.
   Bom agora, tudo resolvido né?
   Nada disso!!!
   Haviam vários deslizamentos pela cordilheira e a cada um deles um novo bloqueio.
   Conseguimos sair da Cordilheira só após às 12h:00 totalizando quase 23 horas para a travessia de menos de 250Kms.
   Seguindo a máxima: O que não mata fortalece, seguimos viagem até o ponto programado, a cidade de Rio Cuarto a 420Kms do "pé da cordilheira". Felizmente neste percurso não fomos parados pela gerdameria. 

12.01.13

   De acordo como planejado, cumprimos os 300Kms restantes até Santiago com facilidade durante o período da manhã. 
   Existem muitas diferenças entre as estradas do Chile e as da Argentina. 
Basicamente existe apenas uma grande rodovia, a Ruta 5 ou Ruta Panamericana e ela é quase toda uma grande reta, devido ao formato do território do Chile que tem em média 180Kms de largura e mais de 4.000Kms de comprimento. As outras vias (todas impecáveis) partem dela e conduzem às cidades, portanto GPS não é necessário por aqui.
Apesar dos Carabineros (Polícia chilena) e Gerdameria (Policiais Rodoviários) estarem sempre presentes, não fomos parados uma única vez nos mais de 2.700Kms que percorremos. Já nas Argentinas chegamos a ser parados três vezes em um percurso de 400Kms. 
   No dia anterior passamos um pouco apertados com combustível, e chegamos ao próximo posto com pouco mais de 10 litros no tanque (menos do que preciso para ficar tranquilo). Portanto adotamos uma mudança em nosso procedimento, passamos a adotar meio tanque como o mínimo e procuramos um posto e mandamos encher o tanque ou "full" como eles dizem aqui.
   Às 14h:00 deixamos as malas no hotel e passamos uma tarde e noite no melhor estilo paulistano no melhor shopping de Santiago o "Parque Arauco".

10 e 11.01.13


   Peço desculpas pelo atraso na atualização do blog, está tudo bem com a gente e com o Del Rey é só falta de tempo mesmo.
   A corrente do comando de válvulas do Del Rey tem apresentado um barulho de folga excessiva. Na verdade esse barulho surgiu logo que entramos na Argentina, mas agora já está um pouco maior. Acredito não haver risco de quebra, uma vez que meu antigo mecânico de confiança disse nunca ter visto uma quebrada em seus anos de experiência, apesar de já ter trocado algumas batendo muito. 


   O dia 10 foi inteiramente dedicado a curtir as ruas de Puerto Montt e o dia 11.........dia de ruta........e dá-lhe ruta sob as rodas do Del Rey. A partir daqui começou o caminho de volta para casa. Planejamos rodar o máximo possível dos mais de 1.000Kms que separam Puerto Montt de Santiago, para aproveitar o dia de chegada na capital. Assim rodamos 750Kms até à simpática cidade de Linares. Localizamos um hotel apenas para passar a noite e fomos tomar um lanche na pracinha da cidade que lembrava uma cidade de interior de São Paulo. 
   



09.01.13


Ferry boat que faz a travessia do Canal de Chacal

   Puerto Montt havia sido planejado para ser o ponto extremo de nossa viagem, mas como de costume resolvemos ir um "pouquinho" mais para frente, neste caso o pouquinho foi de mais 178Km ao Sul, na Ilha de Chiloé. Só que desta vez resolvemos dar um descanso para o Del Rey e fomos em uma van de uma agência de turismo.
   Ironicamente nossa viagem teria duas ilhas com extremo Ilhabela e Chiloé, e isso sem termos premeditado nada.


Palafitas de Chiloé

   A simplicidade das casas de Puerto Montt mostrou-se ainda mais acentuada em Chiloé, mesmo os pontos turísticos são extremamente simples, as portas e janelas das casa, igrejas e lojas parecem ter dezenas de anos e só são substituídas as partes danificas quando estas chegam definitivamente ao fim da vida. Mas aprendi que a maior ignorância de quem viaja é ficar julgando o jeito de viver de outros povos, sua comidas, etc. As coisas devem ser apreciadas como elas são.
   Depois de um dia bem cheio, iniciamos o trajeto de volta e na estrada enfim pudemos avistar o vulcão Osorno que estava invisível quando visitamos a cidade de mesmo nome. Já eram 22h:00 quando chegamos a Puerto Montt e incrivelmente o Sol acabava de se por, acreditamos que devido à proximidade que estamos do Polo Sul.
08.01.13

   Com o hodômetro do Del Rey indicando 423.890Kms chegamos ao ponto planejado de nossa viagem, a cidade de Puerto Montt, localizada nos lagos andinos,  distante mais de 1.000Kms de Santiago. Puerto Montt é uma cidade de porte médio com 236.000 habitantes e é o portão de entrada da Patagônia. 
   Antes de chegar a Puerto Montt entramos na cidade de Osorno, com a intenção de visualizar o vulcão de mesmo nome, mas infelizmente não conseguimos avista-lo.

   A cidade apesar do tamanho nada tem a ver com Santiago, e é marcada pela simplicidade da construção de suas casas, todas em madeira, lembrando a técnica de construção de barcos pesqueiros a principal fonte de renda da cidade além do turismo. Em uma estrada imaginária, também estarimos distantes aproximadamente 1.200Kms de Ushuaia, considerado o ponto mais austral do planeta, mais conhecido como "el fin del mundo". Depois disso, só a Antártica, mas o Del Rey acha que isso é coisa para o Amyr Klink. Por falar em Del Rey ele continua firme e forte e no momento recompõem suas forças na Bat Caverna (apelido da profunda garagem do hotel em que estamos hospedados).  Ali ele só corre um risco. A cidade de Puerto Montt localiza-se em uma área de risco de tsunami, aqui em diversos pontos avista-se placas com indicação de rota de fuga, um ponto certo de fotos para turistas como nós.

07.01.13


   Hoje tivemos um dos pontos altos da viagem, a visita à cidade de Pucon, na Patagônia chilena e de onde pode ser avistado o vulcão Villarica, um dos mais ativos do Chile. 

   A cidade é do tamanho que gostamos...... pequena e isso somado ao fato de ser uma segunda-feira encontramos a cidade vazia e muito agradável de se visitar. Aproveitamos para comer um bom peixe em um dos diversos restaurantes e também dar uma boa volta no comércio local.

06.01.13


Paradinha para um lanche na Carretera Panamericana

   Hoje foi dia de Ruta e não uma qualquer percorremos a Carretera Panamericana, rodovia que nasce no Alaska e termina na América Latina na Patagônia chilena, nosso destino. No percurso argentino também chegamos a passar por alguns de seus trechos.
   No início pensamos em percorrer apenas algo em torno de 500Kms mas o ótimo estado da estrada chilena nos fez aumentar o percurso do dia em 150Kms e assim chegamos até a cidade de Temuco. O Del Rey, mesmo com quatro adultos, porta malas e baú lotados até a boca, teve um excelente desempenho.

05.01.13

Pelas ruas de Santiago


      Hoje não teve jeito e o Del Rey teve que atravessar a cidade de Santiago, mas felizmente com o pouco trânsito de sábado. O destino do dia eram as cidades de Valparaiso e Viña del Mar, duas das cidades litorâneas mais famosas do Chile, por serem as cidades prediletas do famoso poeta Pablo Neruda. Portanto, assim  concluiríamos a travessia total da América do Sul, ligando o Oceano Atlântico, uma vez que partimos de Ilhabela ao Pacífico. O percurso seria curto, por volta de 140Kms e foi realizado tranquilamente.





   Interessante que logo depois de nossa saída de Santiago parei para abastecer e ocasionalmente na bomba de combustível ao lado abastecia uma caminhonete com placa de Rio Branco/Acre, seu motorista  surpreendeu-se ao ver a placa de Ilhabela do Del Rey. Conversamos um pouco, nos desejamos boa viagem e cada um tomou seu rumo.

Concluímos a travessia da América do Sul, estamos no Pacífico em Viña del Mar

   A cidade de Valparaiso é uma região portuária, portanto com poucas belezas naturais, mas muitas barraquinhas de comércio que a mulherada adora. Aproveitei também para comprar alguns adesivos para colar no baú do Del Rey. Já Viña del Mar é um balneário mais elegante e consequentemente mais caro. Por isso optamos para almoçar na primeira cidade e passear na segunda.


02,03 e 04.01.13


Caranguejo real - Quem já assistiu Pescas Mortais?

   Esses dias foram os dias de nossas vinganças gastronômicas. A miséria que passamos nas estradas argentinas foram compensadas pela fartura da culinária à base de frutos do mar que existe no Chile. Também aproveitamos para dar um descanso ao Del Rey que ficou no estacionamento do hotel e foi substituído pelos taxis da cidade. Rodar no trânsito de uma grande metrópole é infinitamente mais perigoso do que viajar milhares de quilometros pelas estradas.

pisco sour, a "caipirinha" chilena

   Durante este período também chegou a parte integrante feminina de nossa tripulação. Fomos buscar minha esposa e minha filha no aeroporto e agora faremos o roteiro chileno com lotação total.

01.01.13


Pré Cordilheira dos Andes

   O dia de hoje foi todo dedicado à travessia da Cordilheira dos Andes e à nossa migração para o Chile. 
A subida este ano foi mais fácil do que da vez anterior, devido à ausência dos caminhões, mas a beleza da cordilheira não é tão grande quanto no inverno como da última vez, que enfrentamos -20ºC e a neve tomava conta do visual. Mas cordilheira é cordilheira e nós estávamos lá novamente e desta vez com o objetivo de atravessar a fronteira Argentina/Chile.
   Preenchemos os infinitos papéis da migração e aguardamos para a revista do carro. Olharam praticamente tudo, especialmente à procura de alimentos vegetais e orgânicos que não podem atravessar a fronteira. Como já sabíamos desta exigência, nos livramos de todos os alimentos em Uspallata. Mas o problema viria após tudo isso. 


Túnel Cristo Redentor - separa os territórios argentino e chileno

O câmbio não estava funcionando na fronteira e tivemos que ingressar no Chile sem um tostão do dinheiro deles, sem comida e sem água. Descemos até Los Andes e tentamos localizar um casa de câmbio aberta, mas foi inútil por ser feriado e estar tudo fechado. Não podíamos seguir viagem porque não tínhamos dinheiro para pagar o pedágio até Santiago. Depois de várias idéias (excluindo roubar um chileno) conseguimos trocar R$40,00 em cartão de crédito em um posto de gasolina e seguimos viagem.


Los Caracoles - a descida da cordilheira pelo lado chileno - Curva 17 a de melhor visualização.

   Mas os problemas ainda não haviam terminado, precisávamos localizar um hotel em uma grande cidade, o que é infinitamente mais difícil do que em uma pequena cidade. Quando já estávamos considerando a ideia de dormir no Del Rey em algum estacionamento, em um golpe de sorte encontramos um hotel durante nossas voltas pelas escuras e desertas ruas de Santiago às 22h:30.
   Depois de sete dias ininterruptos de viagem e mais de 3.500Kms rodados, vamos ficar um pouco por aqui relaxando antes de dar continuidade ao roteiro.

31.12.12


A mais de 70Kms de Mendoza a Cordilheira já se anuncia.


   Nosso último trecho de Argentina iniciou-se com a temperatura de 20ºC, o que foi um alívio para nós, mas durou pouco. Ao entrar na região desértica que está Mendoza, a temperatura subiu mais de 10ºC em menos de 40 minutos. No mais foi um dia tranquilo de viagem, só passando um pouquinho de medo de pane seca em plena Ruta 7, devido à distância de mais de 120 Kms entre postos, mas nada além da preocupação.
   Sem dificuldade, localizamos o mesmo agradável hotel da vez anterior e saímos às 16h:00 daqui para comer um belo bife à milanesa com purê e cerveza Andes.
   Agora é só aguardar as 12 badaladas daqui e quem sabe dar uma volta na pracinha em frente para ver como os argentinos comemoram o ano novo.
   Amanhã é dia de atravessar a Cordilheira dos Andes em enfim ingressar no Chile.

   FELIZ 2013 A TODOS OS LEITORES DESTE BLOG E QUE TODOS NOSSOS SONHOS TRANSFORMEM-SE EM REALIDADES NESTE NOVO ANO!!!!!!!

30.12.12



Dispositivo anti-multas argentinas desenvolvido pelo Rapha 

   Depois do café da manhã o mais reforçado possível (saudades das frutas brasileiras) pegamos a estrada agora a caminho de Rio Cuarto em um percurso de pouco mais de 400Kms, o que não deveria ser muito, mas o calor de mais de 35ºC deixou a viagem bem cansativa. A boa notícia do dia é que não fomos parados nenhuma vez pela policia caminera.


Rapha navegando nas rutas argentinas. Cada vez mais experiente.


   Por volta das 16h:00 estávamos chegando em Rio Cuarto e após um bom banho e hidratação fomos dar uma volta na cidade que tem um rio bem rasinho que serve para a diversão dos argentinos nos dias de calor.



Rio Cuarto no calor. Piscinão de Ramos não é nada.



29.12.12

Estrutura dos postos argentinos pra lá de precária.

   Bem mais fácil do que da vez anterior, fizemos a papelada de imigração e entramos em solo argentino. Como nosso senso de orientação não é dos melhores, acabamos tomando o sentido errado, o que nos fez desperdiçar uns 50 kms. Mas tudo bem, tá valendo. 


Del Rey de volta às rutas argentinas
   
   Mal entramos na estrada que passa pela cidade de Entre Rios fomos parados pela polícia caminera (polícia rodoviária argentina). Já fui sacando todos os documentos, mas o policial nem quis vê-los e nos pediu apenas uma colaboracion para a reforma do posto rodoviário. Colaborei com oito ou nove reais e ele nos deixou ir com um sorriso no rosto.
Dois ou três quilometros à frente fomos parados novamente e o policial checou todos os nossos documentos e nos liberou com um - Buen viage - O que teria acontecido  se não tivéssemos colaborado no posto anterior?
Rodamos mais alguns quilometros e paramos para usar o banheiro de um dos posto, ao descobrir que tinha que pagar para usar um banheiro nojento decidi tocar viagem, bastou rodar mais sete quilometros para ser parado em outro posto rodoviário. O motivo desta vez é que me esqueci de acender os faróis baixos na saída do posto(na Argentina é obrigatório mesmo durante o dia) e isso me custou uma multa de 480 pesos a R$0,35 o peso.
   Sem perder o bom humor, paramos em um posto Shell na entrada da cidade de Parana e consegui colar um adesivo nosso na vidraça da loja. Quem passar por lá futuramente me diga se ainda está lá.
   Nosso almoço foi a base de bolachas e amendoim (Adeus churrascarias do Sul) e pelas cinco da tarde já estávamos hospedados na cidade de Santo Tomé.
 
28.12.12

   Nosso terceiro dia de viagem começou com o hodômetro do Del Rey indicando vários zeros. Quando passávamos pela Rota das Missões atingimos 420.000Km rodados. Logo depois demos uma paradinha para um café, que rendeu um bom papo com o gaúcho dono da "lancheria" que ficou incrédulo com o nosso destino com o Del Rey.
   Na saída, um casal de meia idade acabava de estacionar um Toyota Land Cruizer dos anos 1980 com placa dos EUA. E a gente achando que nossa expedição é grande coisa.

  
   Foi aqui também que tivemos a primeira quebra da viagem. Mas felizmente não precisamos ser rebocados. Ao tentar levantar o vidro o Rapha ficou a metade da manivela na mão. Obviamente não trouxemos outra de reserva no arsenal de peças no baú e vamos tentar localizar uma equivalente pelo caminho, nem que seja na Argentina.


Travessia sobre o rio Ibicuí. Ou vem ou vai.

   As estradas para variar não estão estas coisas, especialmente de São Borja até Uruguaiana, onde os trechos em obra parecem ser os mesmos de dois anos e meio atrás.
   Amanhã é o dia de atravessarmos a fronteira para Argentina, esperamos ter mais sorte do que da última vez quando o Rapha foi barrado por não ter autorização da mãe para sair do país. Isso nos atrasou em um dia nossa travessia, mas como este ano ele atingiu a maioridade não teremos pelo menos este tipo de problema e esperamos que mais nenhum.

27.12.12

   Ao contrário de ontem, hoje o dia amanheceu bem menos quente. O destino de hoje é a cidade de Ijuí no Rio Grande do Sul. Estava apreensivo quanto ao estado da BR163 que estava em péssimo estado na última vez que passamos por ela a dois anos e meio atrás. Mas para nossa felicidade ela melhorou muito. Felizmente a suspensão e pneus do Del Rey não foram castigados logo no início da viagem com da última vez. Não teve calor mas chuva foi a palavra da vez, até o momento que saímos do hotel para tomar um lanche. Pelo menos as capas de chuva que trouxemos  já foram bem úteis.
   Ijuí é a cidade onde a editora da revista antigomobilista ClassicShow tem sua sede. Assim que entramos no quarto notamos um exemplar sobre a mesa o que comprova que são ótimos marketeiros. Só é pena terem recusado os dois artigos que enviamos a eles sobre nossa viagem ao Uruguai e outra à Argentina sob a alegação do Del Rey ser muito novo. Diferente do que pensam as revistas européias que assino que consideram carros com mais de 25 anos como pré-clássicos e consequentemente são fartas as matérias sobre carros dos anos 1980. Vai um toque aí para a editora brasileira: Boa parte dos assinantes da revista são proprietários de carros desta década e talves gostariam de saber como um carro como o seu se sairia em uma viagem internacional. Seria interessante saber a opinião dos leitores deste blog.
   Amanhã deverá ser o último dia de estradas brasileiras. Eita país grande. Três dias só para chegar até a fronteira e isso porque não moramos em Belém.


26.12.2012

  
   Às 07:10 da manhã eu e o Rapha saímos à caminho da BR116, também conhecida como "a rodovia da morte" que faz por merecer a alcunha. Foram três capotamentos, sendo dois de carros e um de caminhão, e mais uma carreta no canteiro central.Tudo isso até Curitiba. Pouco antes de chegar à capital demos uma parada para o almoço e aproveitei para colar um adesivo da viagem na vidraça do posto ao lado de diversos adesivos de grupos de motociclistas. O posto/restaurante vale pela vista de centenas de periquitos no arvoredo ao fundo.
   Sem precisar entrar em Curitiba, pegamos a saída para a BR476, que consegue ser um pouco pior do que a BR116, apesar de terem melhorado um pouco seu calçamento desde 2010, quando passamos lá pela última vez.
   Apesar de tudo a viagem foi tranquila e dentro do previsto, até São Mateus do Sul, onde paramos para passar a noite depois dos mais de 550Kms de viagem.
   O comportamento do Del Rey foi impecável e seu consumo ficou em 12,3Km/l até Curitiba. Bem menos do que os bem mais de 15 da época de nossa viagem "Aos Pés da Cordilheira". O maior senão ficou por conta do calor escaldante durante todo o dia, o que torna a viagem bastante cansativa.
   Fotos???Ainda nada que valesse a pena, a não ser os periquitos.














1º dia



   Travessia a caminho do continente. Logo atrás, conforme planejado fica a querida Ilhabela. Destino de muitas temporadas de férias, aguardadas com bastante entusiasmo. Hoje é nosso ponto de partida.
      Fomos vendo o Oceano Atlântico desaparecer pelo para-brisas traseiro do Del Rey. No próximo ano o Oceano que surgirá será o Pacífico, só que no para-brisas dianteiro.


   Tripulação completa em 25.12.2012. O Del Rey soma 418.792Km rodados. Depois do Natal o caminho será a BR116 a caminho do Sul.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Portal AutoClassic

Convido todos os leitores do Blog a conhecerem minha coluna no Portal AutoClassic www.autoclassic.com.br 



WAGNER CORONADO